Laguna
A instituição que cuida e auxilia no processo de recuperação e cura de milhares de pessoas há 162 anos em Laguna está doente. Com déficit mensal maior do que se calculava, o Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos tem enfrentado uma de suas piores crises financeiras.
Após notificação do Sindicato dos Médicos do Estado (Simesc) solicitando a regulamentação dos pagamentos dos honorários médicos provenientes de atendimentos realizados pelo SUS e convênios, além do pagamento da hora-plantão dos médicos que atuam na emergência, a partir de hoje serão atendidos apenas os casos de urgência e emergência classificados como vermelho. Os tratamentos em andamento dos pacientes internados também serão mantidos. A decisão já havia sido comunicada aos órgãos da área.
Consultas ambulatoriais e internações serão suspensas. O hospital também não terá a partir de hoje atendimentos na maternidade, ortopedia, cardiologia, psiquiatria, clínica médica, exames de imagem e emergência e cirurgias eletivas, todos em movimento de paralisação visando ao pagamento de honorários atrasados – alguns chegando há mais de dez meses.
Em nota, a diretora técnica do hospital, Letícia Fernandes Monteiro, e o diretor clínico, André Moraes, afirmam que a paralisação seguirá até a quitação da dívida ou plano de pagamento. “Por unanimidade, o corpo clínico irá paralisar totalmente os serviços eletivos e emergências se não houver nenhuma solução apresentada pelos representantes do poder público, caracterizando o fechamento de todos os serviços médicos existentes no hospital”, informa a nota.
Segundo o documento, este foi o único modo encontrado pela categoria para se fazer ouvir, uma vez que alguns profissionais estão com os salários atrasados há mais de dez meses. “Foram realizadas diversas reuniões entre médicos, administração da unidade de saúde e prefeitura, mas todos os encontros sem sucesso”, afirma a nota.
Não é a primeira vez que movimento parecido ocorreu no corpo clínico do hospital de Laguna, por falta de pagamento. Em julho, os profissionais se posicionaram em defesa da paralisação dos atendimentos na emergência da instituição, já que estavam havia 60 dias sem receber o salário.
Após negociações, a prefeitura efetuou o repasse, amenizando o problema.
Informações Notisul