Estiagem no segundo semestre acende alerta para agricultores da região
Os agricultores da região Sul estão em alerta. Desde junho, o clima vem sendo a grande barreira no campo, tudo em função da má distribuição da chuva ao longo dos meses de junho, julho, agosto e setembro. A soma de toda a precipitação acumulada nestes quatro meses equivale apenas a um mês regular de chuva.
Segundo o climatologista da Epagri, Márcio Sônego, o ano iniciou chuvoso e seguiu assim até meados de maio. Os quatro meses seguintes foram secos, de chuvas irregulares, e isso só não levou mais prejuízos ao campo porque este período é de pouca atividade agrícola. “Mas de setembro em diante, temos plantações de milho, feijão, maracujá e melancia”, pondera. O que mais preocupa é o arroz irrigado. São 90 mil hectares entre as regiões de Araranguá, Criciúma e Tubarão”, explica.
estes 11 dias de outubro, choveu apenas 35 milímetros, o que é pouco se comparado a média histórica para o mês inteiro. Mesmo assim, a precipitação da última semana e a prevista para a próxima vão amenizar a instabilidade gerada pela estiagem. “Em setembro foi complicado. A chuva ficou concentrada entre os dias 17 e 19. Outubro está deixando a desejar. Estamos no dia 11 por enquanto a precipitação acumulada é de 35 milímetros. A média histórica para outubro é de 130 milímetros”, observa.
Custo maior aos produtores de leite
Em Içara, a estiagem vem causado danos em três frentes produtivas: milho, fumo e leite. Segundo a estimativa da Epagri no município, o tempo seco dos últimos meses pode causar um dano de até 30% nas lavouras de fumo, que estão em fase de colheita. Nas de milho, que estão em fase inicial, o dano é menor e reversível, mas já existe e preocupa levando em conta a previsão para os próximos meses.
“O prejuízo não foi computado porque as lavouras estão no campo, não foram colhidas. Quando colhe que se vê o que perdeu, antes disso, só estima. Os danos na plantação de milho são, até certo ponto, reversíveis, porém há prejuízo de 10 a 20%. Vamos supor que a lavoura trabalhe 100% de sua genética, ela teria genética que pudesse produzir 150 sacos por hectare, devido essa seca vai produzir 130, 140 sacos, caso o clima seja bom daqui para frente”, analisa o engenheiro agrônomo da Epagri de Içara, Luiz Fernando Búrigo Coan.
A estiagem também agrava os custos na pecuária leiteira. Com pastos secos, os agricultores buscam alternativas comprando silagem e ração, uma solução cara, mas que mantém a produção quase que em nível normal. “Teve queda na produção de leite, em torno de 10%, porque as pastagens sofreram muito. O preço do leite é determinado pela demanda e não pelo custo de produção das propriedades, por isso o prejuízo é inteiramente dos produtores”, explica.
Segundo Sônego, para a próxima semana a expectativa é que chova cerca de 50 milímetros na região. Já os meses de novembro e dezembro serão secos, com estimativa de chuva irregular e mal distribuída podendo ficar uma ou até duas semanas sem precipitações.
Informações Engeplus