Ano de mudanças em Santa Catarina

Florianópolis

Ano de mudanças em Santa Catarina

Primeiro ano de mandato de Carlos Moisés foi marcado por enxugamento da máquina

Em 2018, os candidatos do Partido Social Liberal à Presidência da República e ao Governo do Estado de Santa Catarina saíram vencedores. Mas quem esperava que Jair Bolsonaro e Carlos Moisés iriam administrar da mesma forma, errou feio.

Ao longo do primeiro ano de mandato, o governador catarinense afastou-se da imagem de Bolsonaro, o que garantiu até mesmo desavenças com membros do próprio partido, como o deputado estadual criciumense Jessé Lopes. Moisés também entrou em atrito com a Assembleia Legislativa e com o setor produtivo, ao anunciar o aumento do ICMS para 17%, o que poderia tirar a competitividade do Estado. O projeto, no fim, não prosperou.

Mesmo assim, o primeiro ano de Moisés foi destaque, principalmente por conseguir enxugar a máquina pública.

“O que parecia ser um alinhamento indicado pelas urnas logo mostrou-se um fosso entre Moisés e Bolsonaro, mas isso não inviabilizou o governo Moisés em termos de realizações. Não foi um tocador de obras, mas sim um tocador de finanças. Usou como trunfo a continuidade do secretário da Fazenda. Com Paulo Eli habituado à chave do cofre do governo Eduardo Moreira, Moisés pavimentou o caminho técnico que gostaria, com corte de gastos e enxugamento da máquina. Com esses gestos, ele conseguiu a gordura suficiente para realizar e propagandear ao menos uma parcial redução no endividamento do Estado, o que poderá ser decisivo para os seus próximos anos de governo. Porém, politicamente faltou a perícia, habitual de um iniciante. Sem base partidária, tornou-se refém de estruturas reconhecidas do poder, basta ver a íntima relação com parcela importante do MDB. O bloco que o apoia na Alesc não vem de uma base partidária compacta, mas sim de uma base formada ao sabor do flutuar das urnas e das intenções de cada um, de buscar mais ou menos espaço visando os projetos políticos pessoais. É um governo incógnito nas relações políticas e na apresentação de resultados práticos, mas que se mostrou eficiente ao tentar domar as finanças e fazer sobrar recursos para investimentos. A região, neste sentido, não tem do que se queixar, com anúncios importantes como a revitalização da Rodovia Jorge Lacerda, os investimentos no porto de Laguna e o Centro de Inovação de Criciúma”, destaca o jornalista Denis Luciano, colunista do DN A Semana e que tem assinado a página 3 do Tribuna de Notícias durante as férias de Adelor Lessa.

Como líder do PSL em Santa Catarina, além de administrar o Estado, Moisés tem uma nova missão em 2020. Ele será o responsável por tentar emplacar o maior número possível de prefeitos e vereadores no Estado, fortalecendo o partido.  Já na parte de contas públicas, após a projeção de diminuir o déficit de R$ 2,5 bilhões para R$ 1 bilhão, as expectativas eram de melhorar os números ainda mais. “Com certeza o melhor está por vir e temos todos que nós juntar para fazer de Santa Catarina e do Brasil um grande caso de sucesso para o mundo”, destacou.

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